Carnaval 2013


- - Introdução - -

Conta a lenda que Hórus, deus dos céus, era filho de Ísis e Osíris e tinha a cabeça de falcão. Após a morte do pai, Hórus trava uma difícil batalha contra Seth, seu malvado irmão, para assumir o lugar do pai. Nessa batalha, Hórus perdeu o olho esquerdo. Hórus passou a usar um amuleto de serpente e se recuperou do ferimento. Finalmente, o deus derrotou Seth e ocupou seu lugar no mundo dos vivos.
Os egípcios passaram então a usar o amuleto contra todo tipo de mau olhado.

Muitos confundem o Olho de Hórus com o “O Olho que Tudo Vê”, símbolo que aparece no Selo dos Estados Unidos e na nota de U$ 1,00 (um dólar).

O Olho da Providência surge dentro de um triângulo, e às vezes, sobre uma pirâmide, cercado por raios de luz, que simbolizam a Glória divina. Esse símbolo sugere que o “Olho da Providência” é favorável aos empreendimentos daquele país.

Não é à toa que foi nos EUA que surgiu o primeiro aparelho que serviria para a fabricação da Televisão.


- - Origem - -

Foi o Olho da Providência que instigou um imigrante russo, morador dos EUA, a ter a impressionante idéia de captar as ondas sonoras e reproduzi-las num aparelho chamado iconoscópio. Inteligente, patenteou o aparelho em 1924 e disse que era apenas uma reprodução eletrônica do Olho Humano.

A televisão é a junção perfeita do intuitivo Olho de Hórus com o sábio Olho Que Tudo Vê.

O termo “Televisão” vem da palavra grega tele = distante e da palavra em latim visione = visão, e nada mais é que um sistema eletrônico de reprodução de imagens e som instantaneamente. O sistema converte a luz e o som em ondas eletromagnéticas e depois reconverte para o aparelho chamado “televisor”. Hoje em dia, o povo confunde o aparelho com o sistema, tanto que ao sair às compras para mobiliar a casa diz que “vai comprar uma televisão”.
  
Os primeiros aparelhos eram caixas de rádio que emitiam imagens vermelhas do tamanho de um selo postal.

Somente em 1936, na Alemanha, foi que surgiu o aparelho em alta definição cujas imagens em Preto e Branco mostraram para o mundo os Jogos Olímpicos que aconteciam em plena ditadura nazista. Na mesma Alemanha, onde anos mais tarde, o Muro da Discórdia cairia diante dos olhos de todo o mundo.

  
- - Cores - -

Contudo, em 1954, mais uma vez nos Estados Unidos, surgiu a Televisão em Cores, através da rede NBC.
O Arco-Íris, símbolo do pacto de paz entre Deus e os homens passou, então, a simbolizar a televisão colorida, já que suas cores compõem o universo mágico de imagens transmitidas através do aparelho de TV.

No Brasil, a televisão apareceu em 1948, pelas mãos de um operador de câmera que construiu os equipamentos necessários para a transmissão de (imaginem, só!) uma Partida de Futebol, em Juiz de Fora.


 - - Magia e História - -

Depois de sua invenção e produção em larga escala, a televisão virou febre e todos correram atrás da maravilhosa Caixa Mágica de imagens e sons. Todo o mundo queria ter uma réplica do misterioso aparelho que era capaz de trazer para dentro de suas casas os fatos que ocorriam longe de suas limitadas vistas.

A televisão passou a ser como um membro da família, já que, antes mesmo de qualquer filho, os casais sonhavam em ter uma “TV Bebê”. Longe de ser símbolo de status, a televisão tornou-se material de primeira necessidade.

As noites, outrora escuras e embaladas apenas pelo ruído dos rádios à válvula, se encheram de sons e imagens que faziam com que todo o povo viajasse por lugares antes desconhecidos. A imaginação fluía livremente.

Foi a televisão que levou o Homem à Lua! O satélite aproximou-se dos homens através daquela Janela Aberta e o mundo caminhou com Neil Armstrong pelo assustador e sombrio solo lunar. Assim como o astronauta, o mundo arregalou os olhos e prendeu a respiração. E quando o Jogo Mundial terminou, nossos olhos se encheram d’água e uma lágrima rolou pela nossa face, do mesmo jeito como chorou o pequeno Urso Micha nas arquibancadas de Moscou.

Foi a televisão que mostrou também a Profundeza dos Mares e revelou o fantasmagórico Titanic, grande navio vencido pela frágil água.
A televisão revelou também, mais ao fundo, os inúmeros seres que habitam a escuridão abissal, invisíveis aos olhos humanos, porém iluminados e coloridos.
O mundo alcançou o centro da Terra em busca dos mineiros perdidos e descobriu que não há mais limites aos olhos humanos.

Foi a televisão que nos fez viver o sonho da Princesa Cinderela, a plebéia que arrebatou o coração do príncipe e o levou ao altar diante dos olhos de todo o mundo. A nova Cinderela, mortal e delicada, tinha o forte nome da vigorosa e eterna deusa Diana.
Foi esse “Olho Que Tudo Vê” que trouxe a música envolvente e a simplicidade contagiante dos Príncipes do Rock: os meninos de Liverpool. E, infelizmente, vimos pesarosos a última corrida, a última curva, a última cena do Príncipe Senna...

Através da Televisão, vibramos com a bola que rola nos campos, de um pé a outro, de uma área a outra, até que o Rei da Pelota completasse mil gols.

A televisão nos faz rir ou chorar com os dramas das Novelas cujos personagens intrigantes, cômicos, românticos, aventureiros e malvados se tornam membros de nossas famílias e convivem diariamente com a gente.
Foi a televisão que nos fez entender que o Direito de Nascer pode demorar um ano para ser compreendido pelas pessoas.
Com a televisão, sentimos na pele o sofrimento da Branca Escrava Isaura, cujo senhor sentia um enorme prazer em perseguir a heroína dos nossos sonhos.
Descobrimos, finalmente, quem matou a mulher mais odiada da dramaturgia brasileira. Uma indagação que nos deixava intrigados: “Quem Matou Odete...?”
A Turma do Sítio do Picapau Amarelo encantou nossas tardes e nos levou a usar o pó do pirlimpimpim em viagens que somente a televisão pode nos proporcionar.

O Apresentador que faz chover dinheiro tornou os domingos divertidos. E assim, de aviãozinho em aviãozinho, o homem que tem nome de santo vai distribuindo dinheiro e sonhos a todo mundo. Já a Apresentadora distribui beijinhos e marca com “X” os corações dos baixinhos. Ambos, entretanto, imitam o Velho Guerreiro que, no passado, distribuía “bacalhau”, “banana” e “abacaxi” para a platéia enlouquecida.

Quem diria que através da televisão poderíamos entrar na Casa dos Brothers e vê-los dormir, comer, namorar, chorar e amar?

Quem imaginaria que um dia poderíamos ver o Milagre da Vida acontecendo vagarosamente diante dos nossos olhos, na figura do pequeno ser humano que cresce tranqüilo no ventre materno?

Afinal, quem diria que essa imitação do “Olho Humano” alcançaria o interior do Nosso Corpo e desvendaria os segredos da corrida sanguínea e o baticum incessante do coração? Baticum que parece mesmo com a cadência da Mocidade, cuja Alegria enche de vida os foliões da cidade.

A Televisão, o moderno “Olho da Providência”, acabou se tornando uma extensão de nós mesmos.

Ela é hoje, e será para sempre, os Olhos Coloridos da Humanidade.

É nessa mistura de matizes e cores, de sons e imagens, de luz e magia, que a Mocidade vem contar, em azul e branco, a história da TV que todo mundo quer ver.


Pesquisa e Desenvolvimento do Enredo:
Julio Cezar Gomes Pinto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ATENÇÂO: O Blog da Mocidade não publicará comentários ofensivos, obscenos, racistas, que estimulem a violência, sejam contra a lei ou não correspondam ao assunto da reportagem. Todos os comentários serão avaliados.